Dia 4 de maio amanheceu bem frio em São Paulo. Para chegar à escola Fonte das Águas Claras às 7h da manhã, peguei a estrada muito cedo, antes das 6hs. quando o dia estava apenas surgindo. O belo nome da escola já era um motivador para acordar de madrugada e enfrentar a estrada.
Depois do município de Itapecerica da Serra, quando a área urbana vai ficando para trás e a Mata Atlântica vence por alguns momentos a rigidez dos tijolos e cimentos, a paisagem muda, o ar muda, é como estar muito distante de São Paulo, há apenas 30 minutos da Av. Francisco Morato .
A neblina cobria as montanhas ao longe, contrastando o verde escuro das árvores ainda pouco iluminadas com o branco das nuvens. Atrás de mim, no leste, o sol começava a pintar o céu de cor de rosa e lilás. Como diria minha netinha Moa, um céu de menina começava a alegrar o dia.
A Escola Fonte das Águas Claras fica no bairro Palmeiras, no km 318 da Rodovia Regis Bitencourt, um pouco antes da entrada para o centro de Juquitiba. Um lugar tranquilo, com ruas calçadas e casas térreas com jardins e muitas árvores. Foi fácil localizar a escola. Uma avó andava calmamente pela rua, acompanhando o netinho, todo agasalhado, com toca e luvas. Ela levava a mochila. A escola estava logo ali, no final da, com a mata crescendo atrás, vigorosa e bela. Uma fonte em alvenaria enfeita o pátio da escola, muito ampla e agradável.
As professoras que já me conheciam da atividade na Secretaria de Educação, esperavam ansiosas. Juntamos duas classes do 5o. ano para a atividade da manhã. Uma turminha linda e animada, cheia de perguntas. As fotografias lindíssimas de Helio Nobre foram enfileiradas sobre bancos, no pátio da escola e chamavam muito a atenção das crianças. O vídeo Das Crianças Ikpeng para o Mundo, produzido pela ong Vídeo nas Aldeias foi o material que escolhi para ilustrar nossa conversa com as crianças. Uma forma de apresentar uma aldeia indígena para os alunos da cidade ou de áreas rurais, nesse caso, sob o olhar das crianças indígenas. Com graça, humor, leveza, brincadeiras e muitos risos. Fórmula de sucesso garantido!!
Os livros, as fotografias e a experiência de conhecer uma aldeia pelo vídeo causam grande impacto nas crianças. Eles ficam curiosos, querendo ler, querendo saber mais. O que também incentiva os professores a buscarem mais informações sobre os povos indígenas.
Depois de um chá quente para animar ainda mais o dia, me despedi dessa turminha. Uma nova escola me esperava.
No mesmo dia 4 de maio, a oficina do projeto Palavras Criadoras visitou a escola Raízes do Pau Brasil. Mais um belo nome de escola que valoriza as belezas e riquezas naturais de Juquitiba. No Raízes o trabalho foi com quatro classes de alunos de 5a. série, duas no período da manhã e mais duas à tarde.A escola é bem grande, com muitas classes e fica bem no centro da cidade, numa colina com bela vista.
Dia 6 de maio, novamente às 7 horas da manhã cheguei à escola Terra Nova, no bairro.Barnabés há uns 8 km a frente, depois do centro de Juquitiba. Esse bairro é bem movimentado, com comércio local, uma pequena igreja na praça central. A escola fica um pouco escondida atrás da creche, numa rua tranquila. É uma escola pequena e a oficina foi com uma turma do 2o. ano, menor em idade e número de alunos.
Ainda no período da manhã,uma outra oficina aconteceu na escola Paulino Bueno, no bairro.... onde há uma comunidade de muitos moradores, com sítios, pousadas e espaços de atividades de esportes radicais Bem equipada, no alto de uma colina com um lago próximo, a escola está bastante integrada à comunidade. Um mural bastante criativo e uma sala com a produção de artesanato das crianças e pais reforça a identidade dessa escola. As professoras fazem um belo trabalho de conscientização das crianças e buscam atividades criativas que mobilizam toda a comunidade. Na sala de aula, os alunos finalizavam os presentes de dia das mães: carteiras feitas de embalagem tetrapark recobertas de tecidos com um belo acabamento. Até eu queria ganhar uma carteira daquelas!!!!
No período da tarde fomos para a escola Recanto das Caipunas. Uma escola bem pequena, num local afastado da cidade. Um bairro bem rural com poucas moradias. A estrada é cercada de muita mata e sítios com uma paisagem belíssima.
A previsão era da oficina acontecer com uma sala multiseriada, do 2o. ao 5o. ano, mas decidimos juntar todas as turmas, desde o jardim e o pré, e a sala se encheu de rostinhos de iam dos 4 aos 13 anos. Os pequenos prestavam muita atenção, arregalavam os olhos de curiosidade, faziam perguntas, interagiam com as histórias e os meus comentários. Foi uma delícia compartilhar com eles o meu tempo! Foi divertido, gostoso e um aprendizado enorme para mim. As professoras participaram ativamente, ajudando a complementar informações úteis para as turmas.
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