segunda-feira, 16 de maio de 2011

Fonte das Águas Claras



Dia 4 de maio amanheceu bem frio em São Paulo. Para chegar à escola Fonte das Águas Claras às 7h da manhã, peguei a estrada muito cedo, antes das 6hs. quando o dia estava apenas surgindo. O belo nome da escola já era um motivador para acordar de madrugada e enfrentar a estrada.

Depois do município de Itapecerica da Serra, quando a área urbana vai ficando para trás  e a Mata Atlântica vence por alguns momentos a rigidez dos tijolos e cimentos, a paisagem muda, o ar muda, é como estar muito distante de São Paulo, há apenas 30 minutos da Av. Francisco Morato .

A neblina cobria as montanhas ao longe, contrastando o verde escuro das árvores ainda pouco iluminadas com o branco das nuvens. Atrás de mim, no leste, o sol começava a pintar o céu de cor de rosa e lilás. Como diria minha netinha Moa, um céu de menina começava a alegrar o dia.



A Escola Fonte das Águas Claras fica no bairro Palmeiras, no km 318 da Rodovia  Regis Bitencourt, um pouco antes da entrada para o centro de Juquitiba. Um lugar tranquilo, com ruas calçadas e casas térreas com jardins e muitas árvores. Foi fácil localizar a escola. Uma avó andava calmamente pela rua, acompanhando o netinho, todo agasalhado, com toca e luvas. Ela levava a mochila. A escola estava logo ali, no final da, com a mata crescendo atrás, vigorosa e bela. Uma fonte em alvenaria enfeita o pátio da escola, muito ampla e agradável.



As professoras que já me conheciam da atividade na Secretaria de Educação, esperavam ansiosas. Juntamos duas classes do 5o. ano para a atividade da manhã. Uma turminha linda e animada, cheia de perguntas. As fotografias lindíssimas de Helio Nobre foram enfileiradas sobre bancos, no pátio da escola e chamavam muito a atenção das crianças. O vídeo Das Crianças Ikpeng para o Mundo, produzido pela ong Vídeo nas Aldeias foi o material que escolhi para ilustrar nossa conversa com as crianças. Uma forma de apresentar uma aldeia indígena para os alunos da cidade ou de áreas rurais, nesse caso, sob o olhar das crianças indígenas. Com graça, humor, leveza, brincadeiras e muitos risos. Fórmula de sucesso garantido!!


 

Os livros, as fotografias e a experiência de conhecer uma aldeia pelo vídeo causam grande impacto nas crianças. Eles ficam curiosos, querendo ler, querendo saber mais. O que também incentiva os professores a buscarem mais informações sobre os povos indígenas.

Depois de um chá quente para animar ainda mais o dia, me despedi dessa turminha. Uma nova escola me esperava.

No mesmo dia 4 de maio, a oficina do projeto Palavras Criadoras visitou a escola Raízes do Pau Brasil. Mais um belo nome de escola que valoriza as belezas e riquezas naturais de Juquitiba. No Raízes o trabalho foi com quatro classes de alunos de 5a. série, duas no período da manhã e mais duas à tarde.A escola é bem grande, com muitas classes e fica bem no centro da cidade, numa colina com bela vista.










Dia 6 de maio, novamente às 7 horas da manhã cheguei à escola Terra Nova, no bairro.Barnabés há uns 8 km a frente, depois do centro de Juquitiba. Esse bairro é bem movimentado, com comércio local, uma pequena igreja na praça central. A escola fica um pouco escondida atrás da creche, numa rua tranquila. É uma escola pequena e a oficina foi com uma turma do 2o. ano, menor em idade e número de alunos.




Ainda no período da manhã,uma outra oficina aconteceu na escola Paulino Bueno, no bairro.... onde há uma comunidade de muitos moradores, com sítios, pousadas e espaços de atividades de esportes radicais Bem equipada, no alto de uma colina com um lago próximo, a escola está bastante integrada à comunidade. Um mural bastante criativo e uma sala com a produção de artesanato das crianças e pais reforça a identidade dessa escola. As professoras fazem um belo trabalho de conscientização das crianças e buscam atividades criativas que mobilizam toda a comunidade. Na sala de aula, os alunos finalizavam os presentes de dia das mães: carteiras feitas de embalagem tetrapark recobertas de tecidos com um belo acabamento. Até eu queria ganhar uma carteira daquelas!!!!


 

A oficina foi bastante animada com participação ativa de todos os alunos das duas classes de 5o. ano. As crianças tinha perguntas prontas em seus cadernos e levantaram muitos assuntos. Fizeram também uma pesquisa na biblioteca da escola e trouxeram os livros de temática indígena para comentarmos juntos. Fiquei surpresa com a dedicação das professoras e alunos e muito feliz com o interesse das turmas. Livros de Daniel Munduruku, Ciça Fitipaldi, Kanatyo Pataxó, Yaguarê Yaman estavam ali, sendo manuseados pelos alunos, levantando questões. Uma bela surpresa!!! Um belo trabalho desenvolvido pela professora Santina!



No período da tarde fomos para a escola Recanto das Caipunas. Uma escola bem pequena, num local afastado da cidade. Um bairro bem rural com poucas moradias. A estrada é cercada de muita mata e sítios com uma paisagem belíssima.






A previsão era da oficina acontecer com uma sala multiseriada, do 2o. ao 5o. ano, mas decidimos juntar todas as turmas, desde o jardim e o pré, e a sala se encheu de rostinhos de iam dos 4 aos 13 anos. Os pequenos prestavam muita atenção, arregalavam os olhos de curiosidade, faziam perguntas, interagiam com as histórias e os meus comentários. Foi uma delícia compartilhar com eles o meu tempo! Foi divertido, gostoso e um aprendizado enorme para mim. As professoras participaram ativamente, ajudando a complementar informações úteis para as turmas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário