quarta-feira, 13 de março de 2013


Aldeias Sonoras 
a música, o pensamento, as histórias, a cultura indígena nas ondas do rádio

O projeto Aldeias Sonoras - realizado pela Ikore e apresentado por Angela Pappiani - completa sua temporada de 40 programas com um resultado muito positivo. Aldeias Sonoras abriu espaços para que pessoas de mais de 50 pessoas de 25 diferentes etnias se apresentassem, trazendo toda a beleza da cultura indígena, a sabedoria de seu pensamento milenar, a música e a literatura oral para um público amplo e heterogêneo.

A proposta de criar uma ponte entre as diversas etnias que convivem em nosso país através do rádio alcançou seu objetivo com a reprodução dos programas em três emissoras, em três importantes cidades: Rádio Cultura Brasil AM (às segundas feiras, às 9hs da manhã),  Rádio UFSCar, ligada à universidade de São Carlos (domingos às 8hs da manhã) e na Rádio Elo FM, de Belo Horizonte, com quatro emissões semanais (quarta-feira às 7h30, sexta-feira às 22h30, sábado às 11h30 e domingo às 16h30). A veiculação dos programas está sendo negociada com outras emissoras ampliando o diálogo com novos públicos em outros estados da federação.

A temporada 2012 foi patrocinada pela NET Educação que postou todos os programas em seu site voltado ao público das escolas, abrindo um canal direto com educadores e estudantes de todo o país.
O site programadeindio.org, que já mantém o acervo histórico do Programa de Índio realizado entre 1986 e 1991, foi enriquecido com a nova série Aldeias Sonoras, alcançando os jovens indígenas em suas aldeias ou nas cidades, um público de estudiosos da questão indígena, de pesquisadores, estudantes, educadores, pensadores e artistas. A quantidade e qualidade dos comentários postados no site dão a dimensão da importância e alcance dos programas.


Os programas foram incorporados como ferramentas de trabalho por muitos educadores que encontraram conteúdo para o estudo da questão indígena em sala de aula, contribuindo para a aplicação da Lei 11645/2008 que obriga o estudo da cultura e história indígena nas escolas de todo o país.
Para a produção dos programas, foram realizadas várias viagens para cobrir eventos relacionados à cultura indígena como os Jogos dos Povos Indígenas, realizados em novembro de 2011 no município de Porto Nacional, em Tocantins; a Conferência para o Meio Ambiente da ONU, a Rio + 20, realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro e a 11a Festa Nacional do Índio em Bertioga, São Paulo, no mês de abril. Nesses eventos foram realizadas gravações com dezenas de pessoas de mais de 30 etnias diferentes, abordando temas variados.

Outra viagens aconteceram para aldeias do povo Guarani no litoral do Estado São Paulo e para aldeias no Estado do Mato Grosso com a realização de documentários radiofônicos sobre a cultura dos povos Xavante e Mehinako. Nessa ocasião, a equipe de produção coletou áudio e imagens de cerimônias, cotidiano, festas, histórias, depoimentos, aprofundando os temas relacionados a cada uma dessas etnias.
As aldeias Guarani na cidade de São Paulo, nos bairros do Jaraguá e Parelheiros, foram visitadas várias vezes para gravações com professores e monitores dos Centros de Educação e Cultura Indígenas (CECI), autores indígenas e estudantes universitários.

Ailton Krenak, Olivío Jekupé Guarani, Biraci Brasil e Tashka Yawanawá, Benke e Moisés Pianko Ashaninka, Raimundinha e Kupi Kaxinawá, Paulo Supretaprã Xavante, Osmar e Neuza Bororo, Dário Yanomami, Elizeu Guarani-Kaiowá, Marcos Terena, Fernanda e Wangri Kaingang, Waxio Karajá, Piracumã Yawalapiti, Carlinho e Marcelo Mehinako, são algumas das lideranças e artistas indígenas que puderam expressar seu pensamento nos programas Aldeias Sonoras.

Músicas dos povos Yanomami, Mehinako, Xavante, Bororo, Tukano, Guarani, Nanbikuara, Wayapy, Kaxinawá, Kamaiurá, Karajá, Krikati, Terena, entre dezenas de outras etnias puderam ser ouvidas pelo público dos programas, talvez o único espaço público de divulgação da música indígena de nosso país.
As histórias, poemas  e mitos dos povos Bororo, Yanomami, Guarani, Kaingang, Kamaiurá, Xavante, Karajá encantaram com sua beleza e diversidade os ouvintes dos programas Aldeias Sonoras, permitindo ao público o acesso a um universo mágico e rico e ao mesmo tempo tão desconhecido do povo brasileiro.

Foram aproximadamente 25 mil ouvintes para cada um dos 40 programas, no ar em 3 importantes cidades do país,  milhares de acessos através da internet e dezenas de CDs distribuídos a aldeias onde o acesso à tecnologia ainda não chegou.

O acervo de conhecimentos e arte produzido em um ano de projeto pode ainda alimentar o site e novos programas, formando um conteúdo único em diversidade e riqueza cultural, valorizando os povos indígenas, abrindo espaços de contato com o que o nosso país tem de melhor: sua gente e sua cultura.

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