Aldeias Sonoras
a música, o pensamento, as histórias, a cultura indígena nas ondas do rádio
a música, o pensamento, as histórias, a cultura indígena nas ondas do rádio
O projeto Aldeias Sonoras - realizado pela Ikore e apresentado por Angela Pappiani - completa sua temporada
de 40 programas com um resultado muito positivo. Aldeias
Sonoras
abriu espaços para que pessoas de mais de 50 pessoas de 25 diferentes etnias se
apresentassem, trazendo toda a beleza da cultura indígena, a sabedoria de seu
pensamento milenar, a música e a literatura oral para um público amplo e
heterogêneo.
A
proposta de criar uma ponte entre as diversas etnias que convivem em nosso país
através do rádio alcançou seu objetivo com a reprodução dos programas em três
emissoras, em três importantes cidades: Rádio Cultura Brasil AM (às segundas
feiras, às 9hs da manhã), Rádio UFSCar,
ligada à universidade de São Carlos (domingos às 8hs da manhã) e na Rádio Elo
FM, de Belo Horizonte, com quatro emissões semanais (quarta-feira às 7h30, sexta-feira
às 22h30, sábado às 11h30 e domingo às 16h30). A veiculação dos programas está
sendo negociada com outras emissoras ampliando o diálogo com novos públicos em
outros estados da federação.
A temporada 2012 foi patrocinada pela NET Educação
que postou todos os programas em seu site voltado ao público das escolas,
abrindo um canal direto com educadores e estudantes de todo o país.
O site programadeindio.org, que já mantém o acervo
histórico do Programa de Índio realizado entre 1986 e 1991, foi enriquecido com
a nova série Aldeias Sonoras, alcançando os jovens indígenas em suas aldeias ou
nas cidades, um público de estudiosos da questão indígena, de pesquisadores,
estudantes, educadores, pensadores e artistas. A quantidade e qualidade dos
comentários postados no site dão a dimensão da importância e alcance dos
programas.
Os programas foram incorporados como ferramentas
de trabalho por muitos educadores que encontraram conteúdo para o estudo da
questão indígena em sala de aula, contribuindo para a aplicação da Lei
11645/2008 que obriga o estudo da cultura e história indígena nas escolas de
todo o país.
Para a produção dos programas, foram realizadas
várias viagens para cobrir eventos relacionados à cultura indígena como os
Jogos dos Povos Indígenas, realizados em novembro de 2011 no município de Porto
Nacional, em Tocantins; a Conferência para o Meio Ambiente da ONU, a Rio + 20,
realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro e a 11a Festa Nacional
do Índio em Bertioga, São Paulo, no mês de abril. Nesses eventos foram
realizadas gravações com dezenas de pessoas de mais de 30 etnias diferentes,
abordando temas variados.
Outra viagens aconteceram para aldeias do povo
Guarani no litoral do Estado São Paulo e para aldeias no Estado do Mato Grosso com
a realização de documentários radiofônicos sobre a cultura dos povos Xavante e
Mehinako. Nessa ocasião, a equipe de produção coletou áudio e imagens de
cerimônias, cotidiano, festas, histórias, depoimentos, aprofundando os temas
relacionados a cada uma dessas etnias.
As aldeias Guarani na cidade de São Paulo, nos
bairros do Jaraguá e Parelheiros, foram visitadas várias vezes para gravações
com professores e monitores dos Centros de Educação e Cultura Indígenas (CECI),
autores indígenas e estudantes universitários.
Ailton Krenak, Olivío Jekupé Guarani, Biraci
Brasil e Tashka Yawanawá, Benke e Moisés Pianko Ashaninka, Raimundinha e Kupi
Kaxinawá, Paulo Supretaprã Xavante, Osmar e Neuza Bororo, Dário Yanomami,
Elizeu Guarani-Kaiowá, Marcos Terena, Fernanda e Wangri Kaingang, Waxio Karajá,
Piracumã Yawalapiti, Carlinho e Marcelo Mehinako, são algumas das lideranças e
artistas indígenas que puderam expressar seu pensamento nos programas Aldeias
Sonoras.
Músicas dos povos Yanomami, Mehinako, Xavante,
Bororo, Tukano, Guarani, Nanbikuara, Wayapy, Kaxinawá, Kamaiurá, Karajá,
Krikati, Terena, entre dezenas de outras etnias puderam ser ouvidas pelo
público dos programas, talvez o único espaço público de divulgação da música
indígena de nosso país.
As histórias, poemas e mitos dos povos Bororo, Yanomami, Guarani,
Kaingang, Kamaiurá, Xavante, Karajá encantaram com sua beleza e diversidade os
ouvintes dos programas Aldeias Sonoras, permitindo ao público o acesso a um
universo mágico e rico e ao mesmo tempo tão desconhecido do povo brasileiro.
Foram aproximadamente 25 mil ouvintes para cada um
dos 40 programas, no ar em 3 importantes cidades do país, milhares de acessos através da internet e
dezenas de CDs distribuídos a aldeias onde o acesso à tecnologia ainda não
chegou.
O acervo de conhecimentos e arte produzido em um
ano de projeto pode ainda alimentar o site e novos programas, formando um
conteúdo único em diversidade e riqueza cultural, valorizando os povos
indígenas, abrindo espaços de contato com o que o nosso país tem de melhor: sua
gente e sua cultura.
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